Já na India!

Ainda nem amanheceu e a estação ferroviária de Nova Delhi já está repleta,ruidosa e confusa.Carregadores bigodudos vestidos de laranja passam com uma infinidade de malas .Um iogue falso e muito gordo pede esmolas.Pequenas multidões passam diante das barraquinhas apinhads de bolinhos de curry.Parecem carregar tudo o que têm na vida,esperando o expresso para o próximo êxodo.

Estou embarcando para Agra para fazer uma matéria lá sobre o Taj Mahal ao nascer do sol.

Ocupo uma poltrtona na AC2,uma das oito classes disponíveis nesse país cortado por tantas ferrovias e castas sociais.Tem ar-condicionado e café da manhã incluso.Nos banheiros ,vasos sanitários nos estilos ocidental e indiano nos lembram que ainda há opções.Aos poucos a névoa dissipa e um raro morrinho pode ser visto ao longe na planície.

É janeiro e a manhã está fria.Se fosse verão,talvez estivesse lá dentro e não visse tão bem essa paisagem que,se aproxima e desaparece em seguida,como essas pessoas de olhos amendoados e pele cor de mel à beira da estrada.vejo um minúsculo veículo,em que viajam 17 pessoas e duas cabras.Em torno das casinhas,todas pobres,crianças brincam,utensílios de barro são postos a secar,velhinhos tomam o banho de sol matinal.

De repente deu-me uma imensa saudade do Brasil.De tudo:da família,da terra,do amor ...

Que bom que eu criei este instrumento ,que posso usar para contar isso para vocês!